sábado, 1 de agosto de 2009

Dê uma chance a paz

Sempre questionei o célebre truísmo que futebol, politica e religião não se discute. Exceto o primeiro que só pros mais ignorantes pode tem dimensão maior que puro prazer, penso que é preciso debater os outros dois temas, com espírito de paz e respeito. É essa a intenção deste post, dedicado especialmente aos meus dois amigos assumidamente tucanos.

Prossigo, confessando, que considero o plano Real o mais bem concebido plano econômico de combate à inflação recentemente experimentado no Brasil, vitorioso no combate à inflação-inercial e só. É no reconhecimento de seu único acerto e já apontando para o cenário de estagflação que ao final do mandato FHC indicava sua falência, que espero contribuir com esse debate. Não considero dignas, por óbvio, a imputação de responsabilidade à Lula e ao PT, que nem haviam ainda assumido o poder, pelos sintomas econômicos sofridos na sociedade brasileira naqueles dias de transição, os quais os credito ao governo FHC, a quem são devidos.

Para a massa majoritária na base da pirâmide social, aumentada ao final de 2002, vivendo uma década num cenário econômico caracterizado pela informalidade, desemprego e miséria, o plano Real teve pouco ou nenhum efeito sobre suas condições, tornando-se mesmo agravadas, o que provocou, é justo admitir, o iniciar de políticas de segurança alimentar, denominadas pelos próprios tucanos de bolsa-esmola.

O plano Real foi ganho, mesmo, prá classe média, para quem os efeitos da inflação eram especialmente severos, mas sob um custo compartilhado com toda base da pirâmide: A transferência do patrimônio nacional prás elites nas formas de capital do tesouro, ativos do estado e propriedade intelectual, e, principalmente, a perda do capital humano brasileiro prá miséria, violência e morte. Esse último custo ainda ocorre nas contas do atual governo, e vem decrescendo, e é a variável a zerar para que se possa declarar a vitória do povo brasileiro contra a pobreza. O governo Lula é então, portanto, vitorioso até aqui nesse quesito, enquanto o governo FHC não o foi.

Que reconhecam, pois, também, os democratas e social-democratas que é hora de se afastar e deixar essa nova e vitoriosa dinâmica popular ser exercida sem sabotagem. Não corremos risco maior que as catástrofes já sofridas por séculos, sob experiências de todos outros modelos político-econômicos, o neo-liberal incluído.

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