segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Petrobras é do povo brasileiro!

Inaugurando a seção amigos e comparsas, posto abaixo um texto de Pedro Amaral, ferrenho defensor da Causa Palestina, como tem que ser! Para saber mais sobre a vilania que é a opressão do estado de Israel sobre o povo palestino, clique aqui.


No último dia 15/05, uma manobra de senadores da oposição logrou a criação da CPI da Petrobras. Desconhece-se, no entanto, qualquer fato novo relativo à empresa que justifique a instalação da CPI, que segundo seus articuladores deveria investigar indícios de irregularidades. Por outro lado, não se ignora que o país vive a expectativa antecipada de um ano eleitoral, para o qual a oposição ao Governo Lula caminha desorientada e sem bandeira; além disso, o Governo Federal prepara-se para apresentar, em breve, proposta de marco regulatório para o setor, à luz das descobertas da camada pré-sal.

Sabemos que interesses poderosos, representados no Congresso por partidos da oposição, defendem que não se altere a legislação vigente, enquanto partidos políticos de esquerda e organizações sociais representativas entendem ser preciso ampliar a democratização dos benefícios relativos à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à exploração dos recursos conhecidos e daqueles que estão por ser descobertos. A Petrobras é uma conquista do povo brasileiro, é fruto do encontro entre os anseios da sociedade por um desenvolvimento autônomo e a visão estratégica de longo prazo de estadistas do passado. Não permitiremos que aqueles que tentaram privatizá-la façam hoje pantomimas para enfraquecê-la, preservando assim os interesses a que estão subordinados, os quais sequer se relacionam com o território e as necessidades da população brasileira.

Nada opomos à transparência relativa ao balanço financeiro da Petrobras e outros temas vinculados ao funcionamento da empresa. Entendemos inclusive ser direito do povo brasileiro o esclarecimento de questões relacionadas à gestão da empresa no período 1995-2002, como sejam a relação entre o Conselho de Administração e grandes transnacionais do petróleo; o processo de privatização de suas subsidiárias; a lei 9.478/97; a venda de ações da empresa na Bolsa de Nova York e o processo de terceirização e precarização das relações de trabalho no âmbito da empresa.

Mais que isso, no entanto, entendemos que o parlamento deve ser o catalizador de um grande debate nacional sobre as possíveis mudanças na Lei do Petróleo, o tamanho da riqueza do pré-sal; a proposta de criação de um fundo soberano de investimento voltado para o atendimento das necessidades do povo brasileiro; e o modelo de gestão da exploração, produção e de transporte, entre outros temas de interesse de milhares de brasileiros e não apenas de um punhado de prepostos de empresas transnacionais, desesperados ante a perspectiva de um ano eleitoral que se anuncia desastroso para suas ambições políticas.

domingo, 7 de junho de 2009

Pudor

Acerca da visibilidade propiciada por post no blog Os Amigos do Presidente Lula, acho mesmo que eu não estava preparado...Talvez eu nunca esteja, então, obrigado querida Helena, pelo empurrãozinho...

Segue abaixo um poema de João Cabral de Melo Neto que descreve bem esse meu sentimento. Agradeço ao primo Pedro Amaral que me apresentou o mundo das palavras. Eu, que odiava análise sintática.

Por que é o mesmo o pudor
de escrever e defecar?
Não há o pudor de comer,
de beber, de incorporar,
e em geral tem mais pudor
quem pede do que quem dá.
Então por que quem escreve,
se escrever é afinal dar,
evita gente por perto
e procura se isolar?

Escrever é estar no extremo
de si mesmo, e quem está
assim se exercendo nessa
nudez, a mais núa que há,
tem pudor de que outros vejam
o que deve haver de esgar,
de tiques, de gestos falhos,
de pouco espetacular
na torta visão de uma alma
no pleno estertor de criar.