sábado, 22 de agosto de 2009

Democracia é outra coisa

Em 1964, uma parcela minoriataria da sociedade brasileira, relacionada hoje ao partido DEM, pediu e foi atendida com um golpe civil-militar que depôs do poder um presidente da república eleito por voto direto. Dentre os que o executaram constavam aqueles que haviam jurado defender as leis e coibir o abuso de poder mas que, ainda assim, não hesitaram em fazer impor ao 'povo ignorante' suas verdades por meio de violência. O que foi feito ao Brasil, então, sob a batuta desses 'sábios superiores aos concensos'? Ao final de 20 anos de hiáto democrático, haviam aumentado o endividamento público, a miséria e a desigualdade social.

É recorrente que um grupo minoritário apele à contravenção para impor sua opinião sobre a das massas conquanto tenham em seu poder, canal para reverberar suas idéias e fazer calar os discordantes. Esse canal era a globo em 64 e é hoje o PIG, capitaneado pelo grupo Civita da revista veja, associado à bando branco sul-africano do bom-viver e das benesses do Apartheid. É esse grupo que se propõe querer pautar o embate político brasileiro e são os mesmos que só ao fim de árdua luta abdicam de confiscar direitos fundamentais, como o direito de voto de negros, mulheres, índios e analfabetos, como se fossem estes incapazes de escolher o que é melhor para si mesmos.

Apesar de apoiadas, as políticas do governo Lula por 80% da população brasileira, é justamente a opinião contrária dos barões da mídia e do grande-capital, minoritárias, que nos é imposta diariamente. Desqualificam o programa bolsa-família, chamando-no de esmola e exigem contrapartidas para justificar a manutenção dessa política de segurança alimentar que beneficia com, no máximo, 1/4 de salário mínimo, famílias comprovadamente necessitadas; negam apoio aos programa de valorização do salário-mínimo, do funcionalismo público, da construção de moradias populares, das cotas raciais, da demarcação de terras indígenas e as obras do PAC, alavancadas com recursos da empresa estatal nacional Petrobrás, vítima agora de sabotagem na CPI do Lesa-Pátria.

Percebem, certamente, as elites, que o aprofundamento da democracia e o consequente atendimento prioritário das demandas populares representa, pra si, ameaça à acumulação de benefícios. Será inevitável, nesse contexto, a perda de captação facilitada dos recursos públicos, como era de péssimo costume, para financiamento de empreendimentos privados, nos quais o estado assumia os riscos e os custos. Daí a necessidade, portanto, de negar poder político, por meio de voto, aos concentradores de poder econômico, como o milionário cearense Tasso Jereissati, pois ninguém propõe contra si mesmo e esse não pode ser tomado, seriamente falando, como representante de uma maioria de pobres e remediados.

A democracia é descrita em cláusula pétrea na Constituição Federal Brasileira como o poder exercido pelo povo por meio de voto direto, universal e periódico e defendida pelo estado contra a ação do poder econômico. Fazendo jús à inclinação democratica da carta magna, declaremos, pois, negado reconhecimento ao regime constituído em Honduras por golpe militar de 28 de junho e aceitemos o exemplo democratico venezuelano, visto a maciça aprovação popular ao regime de Hugo Chavez nos inúmeros plebicitos que lá houveram.

7 comentários:

Zumbi disse...

Você é um digno representante da tropa de choque lulo-petista. Suas idéis podem parecer politicamente corretas, pois ´semptre conveiniente meter o pau nas elites! Como se os atuais ocupantes do poder dela não fizessem perte!! Acorda meu.........

Anônimo disse...

É sempre conveniente meter o pau nas elites? Por favor, é raro quem tem esta coragem. O que aconteceu com o sociólogo Betinho ao fazer isto, em ato memorável, no programa do Faustão? Mais recentemente, Lembo, quando governador de São Paulo, ao responsabilizar a elite branca brasileira? O quão não foi criticado? Você sim Zumbi, precisa acordar de sua "sonambulância" política.

Anônimo disse...

O anonimo responde justificando a cráitica às elites. Cabe a dúvida elites são os poderosos no poder ou os que estão fora dele? Betinho e Claudio Lembo são exemplos que reforçam meu ponto de vista. É fácil meter o pau nas elites para ficar bem na foto! Desde que, é claro os que tem o poder nas mãos hoje, não sejam acoimados de elite...

Adriano Matos disse...

Zumbi, o ponto que defendi neste post é que os interesses das elites e da maioria do povo são antagônicos e, numa democracia, estes últimos devem conquistar direitos impondo sua condição de maioria e infringindo perdas às elites, pois NINGUÉM abdica voluntariamente de benefícios e, também, o Brasil é campeão no quesito injustiça social.

Você observou e meu perfil já expressa claramente: Sou PeTista e apoio o governo Lula, que entendo como o melhor de todos os tempos. Tomei partido e acredito ser um erro o posicionamento político que se declara ser contra tudo que está aí.

Anônimo disse...

Acho meritória esta volúpia irracional com que voce tenta defender o indefensável. O PT hoje é a elite. E, o que é pior pretende interditar o debate, desqualificando críticas e críticos. Viva o dinheiro na cueca, o novo simbolo do elitismo politicamente correto!!!

Fabio disse...

Zumbi, não discuto sua afirmação quanto ao PT ser a elite, embora julgue generalista em demasiado. No entanto não posso deixar de discordar da afirmação de desqualificação da crítica. A crítica fez o que podia e não podia, chegando a ultrapassar limites. Tanto governo quanto oposição já reconheceram isto. A imprensa e os críticos políticos dizem o que querem. Onde há nisto interdição de debate?

Anônimo disse...

Fábio,
Parece que vivemos em países diferentes. O paraíso petista que voce anuncia, para mim, só existe na cabeça de quem está no poder. O debate é interditado sim quando nosso comissário Béria (o verboso
Tarso Genro) usa dos poderosos instrumentos que tem para lançar mirabolantes operaçõpes contra adversários, e outras para tirar o governo do foco do noticiário incomodo!!!!