sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dilma - 2010

Quando criança perguntava-me como alguém poderia não tomar parte na resistência ao golpe militar de 1964. Era obrigação de todo homem adulto, pensava. Desconhecia eu, porém, a desproporção de forças com que eles se defrontavam: seus concidadãos, armados e treinados, dispondo de todo aparato bélico que lhes emprestava o dever constitucional e, também, apoio militar dos EUA. Hoje percebo, com a consciência burguesa do que se podia ganhar ou perder em um confronto dessa natureza que era justificável, infelizmente, o absenteísmo dessa tarefa hercúlea.

Isso não me impede de reconhecer, ao menos, o heroísmo daqueles que não fizeram essas contas e abraçaram a tarefa com as mesmas armas que seus adversários; adversários também da democracia brasileira que suprimiram com o tal 'golpe preventivo'.

Definitivamente, ainda não foi assimilado o ridículo de tentar justificar palavras e ações no futuro do pretérito. Só as ações importam, e as responsabilidades daqueles que as relizam.

Considero, então, felissíssima a indicação do nome de Dilma Rousseff para Presidência da República. Merece aplausos, o Presidente Lula, por mais esse movimento estratégico que reconcilia a nós, militantes PeTistas, com os ideais originais do Partido dos Trabalhadores de luta por uma sociedade democrática, progressista e com justiça social.

Estamos em boa companhia, portanto, para a batalha eleitoral que se avizinha.

É sempre bom relembrar as palavras da ex-ministra Dilma em depoimento à CPI da tapioca, quando interpelando os senadores Agripino Maia e Arthur Virgílio, acusada de mentir sob tortura nos porões da ditadura, pelo que revelam do caráter mais profundo dessa guerreira e servidora pública:

"E eu acredito, Senador, que nós estavamos em momentos diversos da nossa vida, em 70. Eu asseguro para o senhor. Eu tinha entre 19 e 21 anos e, de fato, eu combati a ditadura militar. E disso eu tenho imenso orgulho".

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