sábado, 2 de outubro de 2010

Porque voto Dilma

Vou seguir o bom exemplo do estadão e revelar também meu voto que vai para - surpresa -, Dilma Rousseff. Ao contrário do matutino paulista, entretanto, elenco neste post os motivos que me levam a escolhê-la entre os demais e não, os motivos porque rejeito os outros.

Em primeiro lugar, voto porque é PT. Como naquele ditado que várias cabeças pensam melhor que uma, considero que, em um coletivo, muitos erros são detectados e corrigidos nas instâncias internas antes de serem apresentados à sociedade. A Constituição também expressa que o requisito para participação em processo eletivo é filiação à partido político. Acho malandra a argumentação que marginaliza os partidos "em favor" de seus quadros. Penso, ao contrário, que por meio dos partidos a democracia é exercida duas vezes, uma nos processos de decisão internos, e outra nas urnas. Sejam os partidos democráticos, ampliam-se as oportunidades para argumentação e convencimento, e o PT é o partido mais democrático do Brasil. Prévias e eleições diretas estão regulamentados e são realizados na práxis PeTista. Possivelmente esse caráter democrático tem influência na liderança do PT, em primeiríssimo lugar, como partido preferido por trinta por cento dos brasileiros, segundo pesquisas.

Mas não só porque é PT que Dilma Rousseff tem meu voto. Voto pela continuidade. O governo Lula estabeleceu um diferencial na história do Brasil, quando comparado a qualquer outro governo que tenhamos conhecido. Em seu governo, cinqüenta milhões de brasileiros ascenderam socialmente, de maneira inédita. Não a toa, passa de oitenta por cento o contingente da população que considera ótimo ou bom o desempenho do governo PeTista e de seu mandatário. É esse o contexto que torna justo o caráter plebicitário que se formou nessas eleições, apesar do descontentamento de alguns. Os números falam por si e os gráficos publicados no blog Muito pelo Contrário sob a tag quer que eu desenhe? valem por mais de mil palavras. A resposta na economia foi dada e resta agora somente a questão ética pautando o debate político brasileiro.

Assim como Collor, o caçador de marajás, nas eleições 2010 Marina Silva foi içada ao posto de campeã da ética. Enfatizo, como óbvias, as dezenas de características que a diferenciam de Collor, a começar pela formação política e social de ambos. Marina Silva é oriunda do Partido dos Trabalhadores, da ala majoritária do PT. Destacou-se por uma militância especialmente engajada na questão ambiental, tema supra-partidário, na qual o governo Lula tem também muitos resultados positivos a comemorar. Não há, portanto, uma preocupação ambiental que não seja compartilhada por uma grande quantidade de PeTistas e militantes de outros partidos. Para infortúnio de Marina, entretanto, a via aberta pelo PIG para diferencia-la da candidatura Dilma - e o que a torna assemelhada ao Collor -, é o caráter falsamente ilibado na questão ética, abraçado tão fervorosamente pela Senadora Acreana. Como bem lhe respondeu Dilma Rousseff nos debates da Globo e SBT, canalhas há em toda parte e o combate à corrupção se faz pelo fortalecimento das instituições policiais e do Ministério Público.

Não se pode atribuir à Dilma Rousseff responsabilidade por atos de corrupção denunciados pela imprensa como cometidos por pessoas com quem ela têm ligações profissionais, ainda mais quando não declaradas procedentes pela polícia, Ministério Público e Poder Judiciário. Cada qual com a falta que lhe cabe, como bem expressa a Bíblia em Deuterônimo 24,16:

"Os pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais. Cada um será executado por causa de seu próprio crime".

Vê-se, então, somente propaganda negativa e gratuita do PIG sobre tudo que envolve o PT e que nem condiz com os números captados pelas instituições que combatem a corrupção. Nesses, o PT aparece em nono lugar, muito distante dos outros grandes partidos brasileiros em casos de perda de mandato por corrupção. Jamais veremos, por óbvio, essas estatísticas nas páginas do PIG.

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